Fora da área de cobertura, é Claro! Estou “mosca- branca”. Ciberneticamente falando, eu não existo. Meu celular é apenas um enfeite, um trambolho, que, de teimoso, carrego no bolso. Nos Anos 80, quando a Teleacre era estatal, tive a honra de transmitir ao vivo a primeira ligação de um celular em Rio Branco. O Normando Sales, que presidia a concessionária Telebrás à época, ligou da bancada do “Programa Antônio Klemer”, na Tv Gazeta, para o Flaviano Melo, que era senador. Foi um espanto! Parecia que eu ia me esquecer da Radional ou mesmo da velha Teleacre, cuja telefonista transferia uma ligação que a gente fazia de casa para a pessoa que a gente informava a ela ou a telefonista ia na casa chamar o receptor, que corria até a empresa e atendia às ligações de telefone. Ledo engano! A privatização do Sistema Telebrás, a quebra do monopólio estatal das comunicações, porém, veio trazer ao usuário acreano um alento, quase um sonho de ver as coisas mudarem. É, mas quase vinte anos depois daquela ligação na tevê, sinto saudade da Radional. Claro, sinto saudade daquele tempo porque estou offline. Eu estou mosca- branca. Meu celular é um enfeite, um trambolho cibernético digital que não serve nem pra calçar pneu de carro, porque é pequeno demais. É Claro! Basta eu andar um quilômetro a partir da minha casa no Quinarí, pegando a estrada pra Rio Branco, eu inexisto e, não raro, nem chegando a Rio Branco eu existo. Estou fora da área de cobertura, Claro! Oh troço ruim é meu celular, Claro! Mas isso não é nada prum cara que não assiste a um telejornal inteiro sem que caia a energia em sua casa. Sim, porque, é Claro, eu dependo do Linhão. Se um urubu cagar no Linhão em Porto Velho, eu fico no escuro e offline no Acre. Eu não existo, Claro! Mas o bom da vida é o lado lúdico, romântico e Internet, então, nem pensar! Se bem que eu adquiri um BrasilTelecom ZTE. Agora eu sou 3G! E, por dentro do que me é mais tecnológico, faço download das minhas contas de comunicação e vejo, Claro, que meu HD moral não está com essa configuração toda: eu sou apenas 3G: grande, grosso e gagá . Eu não existo, Claro! Mas, agora, que a Oi comprou a BRT, a coisa vai mudar. Mudar no sentido de trocar, não de ficar muda. Se bem que, quando a gente pensa que uma coisa não pode piorar, Telemar.
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